agulhas & tv # belíssima modalidade!

Finalmente, lá se foi Fevereiro. Para mim é um mês de contradições, ou seja, é o mês mais pequeno do calendário mas tenho sempre a sensação de que nunca mais acaba. Nunca gostei muito de Fevereiro, mas de há uns anos para cá passou a ser um mês que assinala do melhor que a vida me deu. O meu filho mais novo nasceu em Fevereiro e este ano celebrámos os seus quinze anos, o meu pequeno R está enorme em idade e tamanho. O aniversário calhou no domingo de Carnaval, mas sobre a efeméride carnavalesca, nada, não ligamos nenhuma ao assunto, até porque já não há crianças em casa a pedir para serem mascaradas, que era a parte com piada. Também estivemos na caravana mas só de passagem para vermos se o material aguentou as chuvas e os ventos invernosos. Estava tudo de pé. Uma boa limpeza e arejadela e fica pronta a receber-nos nos dias de bom tempo, que anseio que apareçam o quanto antes. Adiante. Do que eu quero mesmo falar-vos hoje é de um dos meus desportos favoritos, o qual pratico em dias de ócio passados em casa. Foi o que aconteceu no mês passado nos domingos e folgas, a maior parte das vezes fiquei em casa à espera que o mês passasse, que chegasse o bom tempo para me alegrar o espírito, ficando a ansiar pelos dias ao ar livre, mas enquanto tudo isso não acontecia fui-me distraindo e procurei outras formas de relaxar, é que quando faz frio e chove a potes ninguém me arranca do ninho, a não ser trabalho, claro está. Então, para sentir conforto e a necessária descontracção, que é como quem diz gozar a ronha, além doutras práticas igualmente relaxantes, este inverno pratiquei bastante um dos meus desportos favoritos, chamo-lhe agulhas e tv. Quem conhece? tenho a certeza que desse lado existem praticantes desta magnífica e extraordinária modalidade. Eu sou implacável, treino muito. Tudo o que precisamos é de uma série que gostemos de seguir ou de um filme daqueles para esvaziar o cérebro, dependendo do gosto de cada um, precisamos também de um assento confortável,  pessoalmente gosto do sofá, um projecto no colo, de execução simples, que não exija demasiada atenção pois tem que dar para estar com um olho nele e outro na tv,  e no meu caso preciso também de uma caneca de café, mas isso é porque eu preciso de cafeína para viver. Depois de bem instalados e de termos escolhido conteúdos para desanuviar, é só curtir o momento. Simples, não? A série que ultimamente elegi para esta prática desportiva foi "The Outsider", da HBO. É uma adaptação da obra, com o mesmo nome, do Stephen King. Sabem, não consigo lê-lo, já tentei, não entra, mas as adaptações que vejo das obras dele seja para tv ou cinema normalmente prendem-me. Tenho explicação para isso, não gosto de ler thrillers mas gosto de os ver no ecrã (thrillers ou suspense e não terror com muito sangue, cenas macabras e coisas do género, também não entra), por exemplo, o Shining, gosto daquela sensação agora é melhor não olhar, e já o vi mais do que uma vez, não muitas porque aquilo dá cabo do sistema nervoso de uma pessoa, aliás é essa a ideia e Kubrick não fez a coisa por menos, deu-nos terror psicológico ao mais alto nível. Mas apesar de serem filmes de mete medo relaxam-me porque os vejo descomprometidamente, não me dão que pensar. Depois também gosto da sensação de susto no sofá a qualquer momento, perfeito para estar com um trabalho manual no colo, sempre dá para desviar o olhar quando sinto que  é agora que vai assustar. Pronto, isto é tudo meio parvo, eu sei, mas é mesmo assim que funciona e por isso é que tem piada e me dá gozo ver estas coisas. Posto isto, digo-vos que pratiquei bastante agulhas e tv durante o mês passado, pois estava quase sempre mau tempo nos meus dias livres, e à conta disso despachei vários projectos que andavam na cesta, desde mantas a camisolas foram vários os trabalhos que me passaram pelas mãos. E agora vamos vê-los.

Cá está uma imagem da cesta quando ainda estava a abarrotar...

Nas fotos acima, vêem uma manta que fiz para a cama da Helga, mais uma, sim. Faço-as para aproveitar os restos de fios e sempre com o intuito de experimentar novos padrões com as cores que tenho. Dá-me muito gozo fazer estas pequenas mantas, um destes dias dedico-lhes uma publicação.

Cá está a minha mais recente white mountains, nesta foto ainda por terminar. Garanto-vos que ficou de arrasar depois de terminada. Faz parte de um projecto no qual estou a trabalhar e que, a correr como desejado, será de conhecimento público já no mês de Março.

Ora muito bem, cá está, na tv a rolar um episódio de The Outsider e no meu colo... tricot!!! Ah pois é, também faço, não me entusiasma é tanto. Cá por casa existem algumas camisolas em tricot feitas por mim. O pedacinho que vêem na imagem pertence a uma que fiz para o meu filho mais novo. Ainda falta ser cosida. Eu já vos disse, sou preguiçosa com tricot, sei fazer desde os pontos básicos aos ajurados, rendados, jacquard, intarsia, por aí fora, embora tenha perdido prática por não fazer com regularidade, mas fiz muito tricot em tempos, acontece que de momento não me atrai tanto como o crochet que faço. De qualquer forma cá em casa todos temos camisolas feitas por mim, bonitas, com qualidade, e depois dá-me gozo ouvi-los dizer hoje vou vestir a que tu me fizeste. 

Ainda acerca de camisolas, terminei uma para mim, em crochet. É um modelo top-down raglan. Tenho algumas, ora de inverno, ora de verão, mas não são demais. A ideia para esta surgiu pelo facto de ter em casa muito stock do fio que usei, o good fil fino da Brancal, que serviu para fazer umas mantas zig-zag no ano passado. Do imaginado à prática, após desmanchar várias vezes e voltar a fazer tudo de novo, saiu uma peça muito bonita que me enche de orgulho e me faz muito bem aos olhos!

Na cesta andavam ainda as mangas de um casaco que também fiz de cabeça. Já agora, fazer de cabeça sem seguir instruções tem sido um exercício com excelentes resultados e dá-me prazer descobrir como pode ser feito. Penso que é algo que acontece quando ganhamos muita prática, começamos a perceber como desenhar os modelos ao nosso gosto. Voltando ao casaco, que de momento aguarda por bolsos, decidi fazê-lo quando encontrei nas minhas caixas de lãs sete novelos da Miltons Winter Print, todos iguais. Ora, sete novelos de 100gr fazem na perfeição um casacão tamanho M. Nesta foto não se consegue ver muito bem, mas o fio é  mesclado em tons cinza e violeta, o que dá uma sensação texturada. Quando estiver pronto há-de voltar aqui com melhor definição. 

A maioria destes projectos estão já rematados, bloqueados e  prontos a serem usados. Quero mostrá-los novamente e em pormenor, porque todos têm diferentes curiosidades que gostaria de partilhar convosco. O único detalhe que têm em comum é que todos foram crescendo durante a prática de agulhas e tv, que obviamente foi um nome inventado como pretexto para esta publicação. E vocês, também praticam deste desporto, gostam de juntar agulhas e tv?

Tenham dias felizes ❤

Até já!
Ana Lado B