Mudei de casa # os meus novos cantos # my stuff

Tenho de começar com um grande OLÁ!!!
Passaram-se mais de quatro meses desde a última publicação no blog. Têm sido tempos agitados, com muito para fazer e sem tempo a perder. Acontece que, inesperadamente, tivemos que mudar de casa e também de cidade. Existiram momentos em que olhei à minha volta e pensei que não ia conseguir dar conta do recado. No início tudo nos pareceu difícil, a confusão estava instalada e os pensamentos atordoados. Felizmente já passou, agora temos outra visão, também porque já instalados e sem o peso do problema às costas, obviamente. Tudo começou quando o senhorio da casa anterior nos disse que não tinha mais interesse em manter a casa alugada, fazendo-nos uma proposta de venda que  considerámos justa, até aqui tudo muito bem. Finalmente íamos comprar a casa, fazer-lhe obras (a precisar muito!) e pô-la definitivamente a nosso gosto. O problema surgiu quando o contactámos a informar que já tínhamos luz verde do banco para avançarmos e ele nos diz que afinal tinha pensado melhor e que decidira inflacionar o valor da proposta em 60%. Pumba, toma lá com a vergonhosa especulação imobiliária! Pumba, vai-te lá embora que isto é meu! Pumba, que não tenho de avisar nada porque isto é meu e eu é que decido! Pumba, toma lá com uma lei de arrendamento duvidosa! Naquele momento a vida fez-nos sentir um sabor amargo, que é coisa que na última década nos tem acontecido com alguma frequência e garanto-vos que é muito desgastante. Durante o inesperado processo de procura e mudança de casa tivemos de assegurar em simultâneo um projecto profissional, compromisso de há muito tempo, inadiável. Estávamos assustados, a nossa vida parecia um filme. Avançámos. Entretanto, durante três semanas tivemos que viver em casa dos meus sogros, com todos os nossos pertences encaixotados e guardados num armazém à espera de podermos mudar-nos de armas e bagagens para a nova casa que só ficaria pronta a receber-nos em meados de Setembro. A parte boa é que o projecto profissional correu extremamente bem e acabou por nos dar toda a resistência e segurança que estávamos a precisar. Trabalhámos que nem loucos, ora no projecto, ora na mudança, sem qualquer nesga de tempo para nos lamentarmos, o que também ajudou. O certo é que passados onze anos moro novamente no Porto, cidade que me acolheu há duas décadas. Apesar de termos passado por um valente susto, o lema agora é: siga!
Ainda com muito para concluir, porque mudar de casa é uma trabalheira do diabo, não quis atrasar mais as vindas ao blog. Uma mudança de casa é um excelente pretexto para regressar, quer isto dizer que nos próximos tempos vou dar-vos conta de algumas ideias e soluções que criei, que estou a criar ou que penso vir a criar para o meu novo porto de abrigo, sem esquecer o crochet, obviamente. Sabemos muito bem o quanto gostamos de "espreitar" os cantos das casas alheias e o quanto adoramos ver e partilhar as ideias que ajudam a transformar os nossos ninhos em lugares ainda mais confortáveis. Quando vimos esta casa pela primeira vez encontrámos pormenores interessantes, como o magnífico chão de tacos em excelente estado de conservação, mas quando entrámos nela vazia para a habitar encontrámos algumas situações que tiveram de ser obrigatoriamente resolvidas.
Hoje dou-vos a conhecer o meu novo espaço de trabalho. Tem muita luz natural, que acaba por compensar o seu tamanho reduzido. Aliás, o tamanho reduzido na generalidade do apartamento tem sido o nosso maior desafio. Mudámo-nos de um apartamento com 120 metros quadrados, com mais um quintal de 20 metros quadrados, para um que mal chega aos 80 metros quadrados, sem quintal, apenas com uma varanda mínima, e quando se muda de grande para pequeno há que ser criativo e organizado. Ou isso ou paranóia certa. Precisei de encontrar soluções para arrumação sem gastar um cêntimo, parte muito importante. A mudança e tudo o que a envolveu obrigou-nos a gastar um balúrdio e portanto não pode haver deslizes. Vamos então ver a minha "salinha", como a chamamos cá por casa.









Este armário. Tenho que vos falar dele. É muito antigo, herdei-o de uma tia avó que quando muito nova pensou estar grávida e mandou fazer este roupeiro de bebé. Não sei bem ao certo, mas este móvel deve ter mais de noventa anos, pelo menos.


Se repararem, há um varão no interior também de madeira (foto abaixo). Servia para pendurar as roupinhas e as oito pequenas gavetas para o restante enxoval do bebé. Mas a tia avó afinal não estava grávida, fora uma "gravidez histérica" ou melhor, uma pseudociese, que é quando os sintomas de gravidez acontecem mas não existe gestação, normalmente associado a quem tem muito medo de engravidar, ou o oposto, a quem quer muito engravidar. Bom, este armário foi o roupeiro da minha filha quando bebé, hoje é um dos armários onde guardo as minhas lãs.




Agora, o outro lado da salinha. A estante dos livros ocupa a parede toda mas pelo menos coube, pois era qualquer coisa que me preocupava muito, onde meter a estante com os livros. 



No meio das arrumações reencontrei a minha POP24, uma das minhas mantas preferidas. Fi-la há precisamente quatro anos atrás. Podem espreitá-la aqui.



Por último, as minhas princesas em contra-luz. De manhã o sol entra pela salinha adentro e elas não resistem. Ficam na minha mesa a fazer-me companhia, até que o sol desapareça.


Apesar de gostar muito do que é simples ou não tenha a febre de consumir, o facto é que de minimalista não tenho nada, nem me identifico. Existem coisas das quais não me consigo separar, neste caso refiro-me aos meus livros, às minhas lãs, aos meus cadernos de apontamentos, aos meus dossiers de arquivo, etc, fazem parte de mim, é-me impossível separar deles, tenho de os ver, mexer, usar. Sentir-me-ia expropriada do meu eu se me visse obrigada a deixá-los. Contudo nos últimos meses evitei guardar o que já não uso, até porque quando fazemos uma mudança de casa e começamos a ver os caixotes a ficarem empilhados até ao tecto pensamos duas vezes antes de os carregar. Não conseguem imaginar a quantidade de sacos e caixas que não vieram morar connosco, desde roupa às toneladas, cassetes de vídeo, cd's e dvd's, brique à braque, loiças, revistas, tapetes, por aí fora, tudo ou oferecido ou reciclado e algumas coisas ficaram encaixotadas e guardadas em armazém. Sei que ainda consigo desfazer-me de mais umas tralhitas, mas será a seu tempo, sem stress, sem obrigações.

Sabiam que partilhar o meus cantos aqui no blog motiva-me a arrumar e organizar tudo mais depressa? muito obrigada por estarem aqui e terem entrado na minha salinha, que não é mais nem menos do que o meu espaço de trabalho. Muito do que faço na vida é pensado e nasce aqui.
Tenham um excelente domingo e semana ❤



Até já!
Ana Lado B



6 comentários

  1. Olá Ana, tempos muito difíceis por aí e trabalhosos também. Quando somos apanhados de surpresa, sem tempo para planear ou respirar ou pelo menos digerir a ideia, imagino que tudo ainda se torna mais desesperador. Mas pronto, estão instalados, com caixotes por abrir, mas instalados. A tua salinha, é gira que se farta, e se tem luz natural, tens tudo! invejo o fato de estares sentada de frente para a janela! que privilégio, ver passar as estações.... Gosto muito do Porto, conheço pouco, mas já me aconteceu várias vezes de apanhar o comboio de manhãzinha e regressar à noite, só para me passear e ver lojas novas. Fiquei espantada com o teu stock de mantas! e o roupeiro é lindo, lindo, peça única e com uma história por trás, mais sui generis se torna. Coragem, Ana! sei que não és de baixar os braços e o pior já passou. Continuação de tudo a correr bem e fico aqui ansiosa por ver mais cantinhos da casa tratados e mimados por ti! Beijinhos e boa semana.

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    1. Querida Val, de facto os nossos últimos meses dariam um excelente guião! Foi de loucos, mas tudo acabou por seguir um bom caminho, felizmente. Olha lá, da próxima vez que venhas passar um dia ao Porto, diz-me, tenho a certeza que nos vamos divertir muito e ter muito para falar :D e agora que eu moro tão perto da estação de Campanhã, praticamente é só descer a rua e estou na plataforma à tua espera. Ah, a janela!Nunca tinha tido o privilégio de ter uma mesa de trabalho virada para uma janela tão grande quanto esta. Não nego, é muito bom trabalhar assim, virada para a luz tudo se torna mais inspirador!
      bjs

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  2. Olá Ana
    Que bom ter noticias vossas. Que mudanças foram aí.
    Sei que nao é fácil a mudança, mas depois de estranhar, entranha se.
    Gostei de ver esses espaços bem organizados é tão bom estarmos no meio do que nos faz feliz. Tens boa luz.
    Tenho saudades de todas vocês e adorei o teu post.
    Bj Muito grande
    Lulu

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    1. Querida Lulu, fico muito feliz por teres gostado do post e eu já tinha saudades de escrever um. Quando comecei com o blog aprendi tanto convosco, é bom saber que ainda andamos por aqui ;) um grande beijo e sempre um até já!

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  3. Olá!
    Já sentia saudades de visitar este cantinho.
    Gosto muito de ler o que escreve e de ver os trabalhos lindos que realiza.
    Infelizmente os blogs estão a ficar "ultrapassados", muitas pessoas estão a desistir deles, e eu já receava que também tivesse desaparecido da blogosfera!
    Fiquei contente por saber que se tratava afinal de uma mudança!
    Desejo muitas felicidades na nova casa e no no projeto profissional.
    Convido a visitar o meu cantinho: https://adelaidetrabalhosmanuais.blogs.sapo.pt/

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    1. Olá Adelaide! Muito obrigada pelas palavras. Aqui estou, a resistir e a dar continuidade a algo me faz feliz a mim e aos que visitam o fazbemaosolhos. Até já!

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Obrigada pelas palavras!
Thank you for your words!